O alfabeto volta a ter 26 letras, já que
foram reintroduzidas as letras k, w e y, passando a ser:
A B C D E F G H I J K L M
N O P Q R S T U V W X Y Z
Na realidade, essas letras não tinham
desaparecido dos dicionários de nossa língua, já que continuavam
sendo empregadas em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de
medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);
b) na escrita de palavras e nomes
estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground,
windsurf, kung fu, William, kaiser, Kafka.
O trema é eliminado da Língua Portuguesa.
Assim as seguintes palavras passam a ter nova grafia:
agüenta
>
aguentar
bilíngüe
>
bilíngue
cinqüenta
>
cinquenta
delinqüente >
delinquente
lingüiça
>
linguiça
ATENÇÃO!
O trema permanecerá nas palavras
estrangeiras e em suas derivadas: Müller, mülleriano, hübneriano
a) Não se usa mais o acento dos ditongos
abertos éi e ói das palavras paroxítonas:
alcalóide
>
alcaloide
alcatéia
>
alcateia
apóia (verbo apoiar)
>
apoia
apóio (verbo apoiar)
>
apoio
bóia
> boia
Coréia > Coreia
heróico >
heroico
idéia > ideia
ATENÇÃO!
Como essa regra somente é válida para
palavras paroxítonas, continuam a ser acentuadas as palavras
oxítonas terminadas em -éis, -éu, -éus, -ói, -óis:
Ex.: papéis, herói, heróis, troféu,
troféus
b) Não se usa mais o acento no -i e -u
tônicos das palavras paroxítonas, quando vierem depois de um ditongo.
baiúca
> baiuca
bocaiúva
> bocaiuva
feiúra
> feiura
ATENÇÃO!
Se a palavra for oxítona e o -i ou o -u
estiverem em posição final (ou seguidos de -s), o acento permanece:
Ex.: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
c) Não se usa mais o acento das palavras
terminadas em -ee:
crêem (verbo crer)
>
creem
dêem (verbo dar)
>
deem
lêem (verbo ler)
>
leem
d) Não se usa mais o acento das palavras
terminadas em -oo:
perdôo (verbo perdoar) >
perdoo
povôo (verbo povoar)
>
povoo
vôos
>
voos
zôo
>
zoo
magôo (verbo magoar) >
magoo
e) Não se usa mais o acento diferencial
para as palavras paroxítonas homógrafas:
pára/para; péla(s)/ pela(s); pêlo(s)/pelo(s);
pólo(s)/polo(s); pêra/pera.
Ex.: Ele pára a carruagem.
> Ele para a carruagem.
Não suporto comer pêra. >
Não suporto comer pera.
ATENÇÃO!
1. O acento diferencial permanece em pôde
(pretérito perfeito do indicativo do verbo poder) para diferenciá-lo
de pode (presente do indicativo do verbo poder)
Ex.: Ontem, ela não pôde ir ao Congresso
de Linguística, no entanto hoje pode.
2. O acento diferencial permanece em pôr
(verbo) para diferenciá-lo de por (preposição)
Ex.: Vou pôr seu nome no livro de
contribuintes.
3. O acento diferencial indicador de
plural permanece nos verbos ter e vir, assim como de seus derivados
(manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
Ex.: Ele tem informações valiosas
para o país. / Eles têm informações valiosas para o país.
Ele vem de Campinas pela manhã. / Eles vêm de Campinas pela manhã.
Ele mantém a palavra dada. / Eles mantêm a palavra dada.
4. É facultativo o uso do acento
circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Evidentemente,
em alguns casos, seu emprego deixa a frase mais clara.
Ex.: Qual é a forma da fôrma do bolo de
que você precisa?
5. Não se usa mais o acento agudo no u
tônico nas formas formas verbais rizotônicas (acento na raiz),
quando precedido de g ou q e seguido de -e ou -i (grupos que/qui e
gue/gui).
argúis
> argui
ele apazigúe >
apazigue
enxagúe
> enxague
a) Com prefixos, usa-se sempre o hífen
diante de palavra iniciada por h.
Ex.:Ex.: anti-higiênico, anti-histórico,
proto-história, super-homem.
EXCEÇÃO: subumano (nesse caso, a palavra
humano perde o h).
b) Não se usa o hífen quando o prefixo
termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo
elemento.
Ex.:
aero-espacial
> aeroespacial
auto-aprendizagem
> autoaprendizagem
auto-escola
> autoescola
auto-estrada
> autoestrada
extra-escolar
> extraescolar
infra-estrutura
> infraestrutura
neo-expressionismo > neoexpressionismo
semi-aberto
> semiaberto
ultra-elevado
> ultraelevado
EXCEÇÃO: o prefixo co- aglutina-se em
geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o.
Ex.:
coobrigar, coordenar, cooperar, cooptar,
coocupante etc.
c) Não se usa o hífen quando o prefixo
termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente
de r ou s. Exemplos:
Ex.:
anteprojeto, antipedagógico, autopeça,
autoproteção, coprodução, geopolítica, microcomputador,
semicírculo, semideus, seminovo,
ultramoderno.
ATENÇÃO!
Usa-se sempre o hífen com o prefixo vice.
Ex.: vice-rei, vice-presidente, vice-governador.
d) Não se usa o hífen quando o prefixo
termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso,
duplicam-se essas letras.
Ex.:
ante-sala
> antessala
anti-social
> antissocial
anti-rugas
> antirrugas
contra-senso
> contrassenso
contra-regra
> contraregra
extra-seco
> extrasseco
semi-sintético
> semissintético
ultra-romântico
> ultrarromântico
e) Quando o prefixo termina por vogal e o
segundo elemento começar pela mesma vogal, emprega-se o hífen:
Ex.:
antiibérico
> anti-ibérico
antiinflamatório
> anti-inflamatório
microondas
> micro-ondas
microônibus
> micro-ônibus
f) Quando o prefixo termina por consoante
e o segundo elemento começar pela mesma consoante, emprega-se o
hífen:
Ex.: inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário,
super-racista, super-resistente, super-romântico.
ATENÇÃO!
1. Nos demais casos não se usa o hífen.
Ex.: supermercado, intermunicipal,
superinteressante, superproteção.
2. Com o prefixo sub, emprega-se o hífen
também diante de palavra iniciada por r:
Ex.: sub-ão, sub-raça etc.
3. Com os prefixos circum- e pan-,
emprega-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal.
Ex.: circum-gação, pan-americano etc.
g) Quando o prefixo terminar por
consoante, não se emprega o hífen se o segundo elemento começar por
vogal.
Ex.: hiperativo, interescolar,
interestadual, interestelar, superaquecimento, supereconômico,
superinteressante, superotimismo
h) Com os prefixos ex-, sem-, além-,
aquém-, recém-, pós-, pré-, pró-, emprega-se sempre o hífen.
Ex.: além-mar, além-túmulo, ex-aluno, ex-diretor,
ex-prefeito, ex-presidente, pós-graduação,
pré-história, pré-vestibular, recém-casado,
recém-nascido, sem-terra
i) Deve-se empregar o hífen com os
sufixos de origem tupi-guarani: -açu, -guaçu e -mirim.
Ex.: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
j) Deve-se usar o hífen para ligar duas
ou mais palavras que, combinadas ocasionalmente, não formam
vocábulos propriamente ditos, mas encadeamentos vocabulares.
Ex.: ponte Rio-Niterói, eixo
Rio-São Paulo.
k) Não se deve usar o hífen em certas
palavras que perderam a noção de composição.
Ex.: girassol, madressilva, pontapé.
Dessa forma, palavras como:
manda-chuva >
mandachuva
pára-quedas >
paraquedas
pára-brisa >
parabrisa
pára-choque
>
parachoque
não serão mais empregadas com hífen!
ATENÇÃO!
O uso do hífen permanece nas palavras
compostas que não contêm um elemento de ligação e constituem uma
unidade sintagmática e semântica, da mesma forma os vocábulos que
designam espécies botânicas e zoológicas:
Ex.: luz, couve-flor, bem-te-vi,
segunda-feira, médico cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva etc.
LEMBRETES
1. Não se emprega o hífen nas locuções de
qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais,
prepositivas ou conjuncionais).
Ex.: de guarda, fim de semana, café com
leite, pão de mel, sala de jantar, ele próprio, à vontade, acerca
de, a fim de que etc.
EXCEÇÃO: as locuções já consagradas pelo
uso: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito,
à queima-roupa.
2. Na transliteração, se no final
da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras
coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte.
Ex.: Na cidade, conta-
-se que ele foi viajar.
O diretor recebeu os ex-
-alunos.